domingo, 16 de maio de 2010

Fantoches do capital

A globalização, fenômeno que vem dominando o planeta desde as Grandes Navegações, trouxe a incrível capacidade de comunicação instantânea através de distâncias enormes. Além disso, o modelo capitalista atual prescinde de invasões e ocupações territoriais, com raras exceções. A disputa, entretanto, não desapareceu, apenas mudou de âmbito: é por meio do consumo, agora universalizado pela eficiência da circulação mundial de mercadorias, que a competição se mantém, fazendo com que um grande número de pessoas percam sua individualidade, pensando erroneamente que com o uso de determinada marca se destacam.

Se a Internet possibilita o contato com qualquer lugar no globo, podendo passar rapidamente da Bolsa de Valores de New York ao Museu de Artes de São Paulo, outra rede conecta o mundo material. Aviões, navios, trens e caminhões trasportam mercadorias entre países e continentes. Porém, esta relação intercontinental vem confundindo a identidade cultural de cada nação. A invasão de ideologias dominantes, a estadunidense estando à frente, cria uma sociedade massificada.

Ao deixar-se levar pelos supostos atrativos de marcas que tentam infundir na sociedade a crença de superioridade através do objeto material, o indivíduo passa a ser manipulado pelo sistema vigente e alimenta o controle do capital sobre o homem. Enquanto formos pequenos fantoches das grandes empresas, submetendo-nos a uma concorrência existente apenas devido ao poder sócio-econômico destas multinacionais, o consumismo desmedido permanecerá.
Comentários em: Bruna Morais e Camila Fernandes (Clique sobre o nome para visualizar o comentário).

3 comentários:

  1. Concordo quando dizes que muitas pessoas escolhem determinadas marcas pela manipulação das grandes empresas.Embora percamos a nossa autenticidade, devemos perceber que tal fato é uma característica ímpar do capitalismo, e que apenas está desta na maneira devido ao nível de globalização em que estamos. O capitalismo necessita desta rotatividade do mercado, e apesar de muitas vezes sermos os pivôs que a realizam - através do consumo em massa e da manipulação feita sobre nós -, ela sempre irá existir a não ser que algo seja modificado em todo o sistema. A única coisa que podemos fazer é tentar minimizá-la.

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  2. Considero certo o teu ponto de vista, Mariá. Gostaria apenas de destacar que, quando dizes "fazendo com que um grande número de pessoas percam sua individualidade", concordo que estamos falando deu grande número, mas realço que não podemos generalizar. Algumas pessoas, realmente, se deixam levar pela influência transformando-se em "fantoches", como tu te referistes, mas outras adquirem os devidos produtos que correspondem aos seus gostos, sendo a marca prestigiada ou não.

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  3. Mariá,
    Primeiramente gostaria de parabenizá-la pela reflexão, pois trata-se de um texto muito bem escrito e que traz questões fundamentais para discutirmos o consumo frente a um sistema capitalista. Somente a figura que escolhestes para ilustrar teu texto, já traz inúmeros fatores que nos faz pensar em como somos manipulados pelas grandes multinacionais e marcas que circulam pelo mundo inteiro, tendo como único objetivo obter lucro e alimentar esse sistema capitalista. Isso se remete ao teu texto quando trazes que a ideologia dominante acaba massificando os indivíduos e este se tornou um ideal a ser alcançado pelo mundo inteiro. Quem não consegue acompanhar esse ritmo de mercado acaba sendo rotulado como menos desenvolvido e este estigma o faz ser menor, menos importante, tendo menos poderes. Alguns estudiosos afirmam que estamos nos aproximando do ritmo de vida desses países dominantes, pois consumismos quase na mesma proporção e estamos priorizando muito o capital em detrimento do social. Sendo assim, estamos caminhando para essa realidade, uma realidade de consumir por consumir, explorar para lucrar,e isso denota a personalidade de uma nação. Então, estamos nos tornando uma nação de consumidores. Aprendemos muito bem a lição. E agora, o que faremos com essa realidade? Vamos produzir, consumir, produzir e este ciclo irá se tornar interminável. Essa será nossa identidade. O que fazer com as pessoas que não se inserem nesse perfil? Continuemos pensando.
    Um beijo.

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