
Desde o seu surgimento, na Grécia Antiga, ainda que extremamente rudimentar, a medicina sofreu mudanças e aperfeiçoamentos incríveis. É a partir do século XIX que uma onda de descobertas, principiada especialmente por Louis Pasteur, faz com que ela passe a ser cada vez mais acreditada e respeitada pela população, perdendo seu caráter sobrenatural e se voltando cada vez mais ao embasamento científico. Ninguém imaginaria na época medieval, por exemplo, que a ciência chegaria ao ponto de ser capaz de originar a vida fora do corpo do ser, utilizando de seus gametas e de muita tecnologia, ou que através do cultivo de células poder-se-ia regenerar tecidos e curar doenças.
Como mostrado no vídeo “Biologia: célula-tronco”, a fertilização in vitro consiste na implementação do espermatozoide no interior do óvulo, criando, assim, uma fecundação. A partir de então o recém formado zigoto passa pelo mesmo processo que ocorreria se estivesse no útero feminino: suas seguidas divisões celulares geram a mórula, seguida do blastocisto e mais adiante da gástrula. As fases mais avançadas do processo embriológico, contudo, não são possíveis de ocorrer fora do corpo do ser, tendo que estar neste inseridas. De dentro do blastocisto são tiradas células-tronco embrionárias, especiais por ter a capacidade de evoluir para qualquer outro tipo de célula.
O primeiro contato que a ciência teve com este tipo de células se deu em 1963, quando foram encontradas em pesquisas com ratos, onde colônias derivadas da medula óssea evoluíram para células sanguíneas diferenciadas. Além das embrionárias, células-tronco podem também ser encontradas em tecidos adultos, como da pele, do intestino e da medula óssea. As pesquisas levaram à constatação de que enquanto as células adultas têm menor taxa de rejeição, as embrionárias dotam da capacidade de se transformar num número maior de células.
Os estudos envolvendo células-tronco são diversos, principalmente
devido a sua potencialidade de tratar doenças, várias hoje sem cura, através da reconstrução e reposição de tecidos. A osteoporose, por meio do provimento de células ósseas novas e fortes, o mal de Parkinson, pela reposição de células cerebrais, a diabetes, fornecendo ao pâncreas novas células produtoras de insulina, são apenas alguns exemplos de enfermidades nas quais o tratamento com células-tronco é possível de ser aplicado. Apesar de existirem muitas incógnitas a respeito de seu uso, esta área encontra-se em constante evolução, rumando para uma verdadeira medicina do futuro.
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